As Crônicas Crônicas de Relatos Irrelevantes!

Por mais de vinte anos venho acompanhando os fatos ocorridos por estas terras. Andei por locais maravilhosos e tenebrosos, deparei-me com diversos tipos de culturas, povos, hábitos, vi, li, escrevi. E por isso mesmo hoje venho deixar registrado tudo isso, e o que mais os Deuses permitirem...

quarta-feira, julho 09, 2008

Ainda caminha...

... pelos vales escuros do mundo, após meses e meses, ele ainda está entre nós!

quarta-feira, julho 18, 2007

Filosofia nos Dias Modernos!

Um outro aspecto muito interessante notado pela minha pessoa durante a peregrinação por este mundo foi a recente “enxurrada” de livros, revistas, programas e até mesmo palestras sobre filosofia. Entre os filósofos do “momento” destacam-se Nietzsche, Jean Baudrillard (por causa de Matrix e agora com a morte dele), Maquiavel (e seus usos “administrativos”), até mesmo Miyamoto Musashi, por causa do seu Livro dos Cinco Anéis é tratado como filósofo (num outro momento dissertarei sobre isso). Pois bem, ano passado a Editora Escala “lançou” nas bancas de jornal livros com o custo de R$ 4,99 sobre filosofia, diversos pensadores diferentes, entre Platão, Kant, Erasmo, passando até mesmo por Che Guevara. Achei a iniciativa interessante, afinal em qualquer escola onde seja parte da grade curricular o ensino da matéria os alunos, em sua grande maioria, encaram o estudo filosófico como uma grande chatice, sem utilidade para suas vidas. Cada dia vejo o mundo mais competitivo, mais elitista, mais desagregador. Para conseguir um bom emprego, um lugar descente para morar, estabilidade financeira, são necessários muitos esforços e uma graduação muito grande em estudos acadêmicos, conseguidos em faculdades, universidades, pós-graduação, doutorado, mestrado. Mas e o emocional, o pessoal, onde fica a razão nisso tudo. Encaro esta parte como um assunto inteiramente ligado à filosofia. Muitos têm a religião para isso, verdade, porém será um assunto também a comentar no blog, a relação filosofia - religião. Entretanto já tive e tenho meus momentos de “crise existencial”. Jovens, adultos, idosos, crianças, todos nós passamos, passaremos e vivemos assim. Seria o caso de abandonar o pensamento e se entregar ao limbo? Digo isso por observar a quantidade grande de projetos pensados por mim e colocados de lado, sejam por quais forem os motivos, abandonos, renúncias. Esta palavra resume bem o modo como as pessoas hoje encaram muitos compromissos, sonhos, desejos, realizações, objetivos. É uma fuga da realidade. Ao entrar numa livraria encontramos muitos livros de “auto-ajuda”, um ramo altamente lucrativo no campo editorial. Os títulos são os mais inusitados possíveis, como “Quem Mexeu no Meu Queijo?” ou “O Monge e o Executivo”, não estou atacando diretamente estes livros, mas o aspecto titular destas publicações. Realmente há necessidade de tanta “auto-ajuda” assim? Não consigo lembrar de ter lido qualquer livro deste gênero em minha curta vida, não recordo mesmo. Refletindo um pouco o porquê disso vem à tona meu fascínio por filosofia, seu aspecto contestador do universo, suas eternas perguntas e respostas, pontos de vistas similares e conflitantes entre pensadores. Poderia ser uma forte razão pela qual meu sofrimento em determinados momentos são tão contidos, em outros eu exponho de maneira dura, seca e sarcástica. Segundo o meu querido e adorado Houaiss há muitas acepções para o termo filosofia, irei colocar uma bem com o contexto aqui: no âmbito da relação entre teoria e prática, pensamento inicialmente contemplativo, em que o ser humano busca compreender a si mesmo e a realidade circundante, e que irá determinar, em seguida, o seu caráter prescritivo ou prático, voltado para a ação concreta e suas conseqüências éticas, políticas ou psicológicas. Assim as pessoas vão em busca de conforto espiritual na filosofia, deixam os tais livros de “auto-ajuda” de lado, consomem desesperadamente tomos e tratados de pensamentos antigos, medievais, modernos e até contemporâneos, como se isso bastasse para resolver os problemas. Aqueles livros da Escala mencionados no início é a prova disto, são vendidos até mesmo em máquinas dentro do Metrô. Vejo muitas pessoas lendo e discutindo Nietzsche, todavia não escuto um debate enfocado no pensamento filosófico dele, pois alguns o lêem para atacar suas idéias por causa de um pensamento católico e evangélico, não, não é cristão, pois seus livros mostram um cristianismo mais próximo do realizado no início, sem mascarar alguém como “divino” ou “agente de Deus”. Então a busca espiritual, ou consolo para os problemas modernos, acabam na verdade agravando o embate existente na pessoa, e sua crise só se eleva. A filosofia não devia ser usada como panacéia para os males de nossas vidas, é um caminho para isso, desde que esteja disposto a não engolir as palavras escritas ali, e sim assimilar da melhor forma possível. Isto é só uma brecha porque comentei apenas um tema, e de maneira leve, sobre a vida moderna com a filosofia, pois apresentei o lado ocidental do pensamento, ainda falarei sobre o lado oriental, e com tudo já pautado, discutir de maneira mais profunda.